Quem me vê a sorrir supõe provavelmente
Que palmilho, cantando a estrada da ventura.
Engano...Este meu riso é o manto transparente
Com que tento ocultar a dor que me tortura.
Existe dentro em mim uma dor inclemente,
Que há tempos me lançou no abismo da amargura
E qual ferida atroz, inexoravelmente,
Derrama no meu ser o fel da desventura.
Mas, na fronte estampada a máscara da calma,
Eu vou serenamente, os lances recalcando,
Desta mágoa sem fim, que mora na minh’alma.
E quando a dor cruel mais me compunge o peito,
Eu rio...E quem me ver sorrir fica pensando
Que sou muito feliz, que vivo satisfeito.
ARAÚJO, Nicodemos. Harmonia Interior. Acaraú: Gráfica do O Acaraú, 1935.
segunda-feira, maio 29, 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário