domingo, maio 28, 2006

Vida estúpida 2006

Sempre o mesmo esquema frio e estúpido e eu é que tenho a culpa. Nessa não volto a cair. A culpa realmente foi e é minha por ter acreditado num ser que não existia, numa bondade e sensibilidade que não passam de pura ficção. A culpa é realmente minha em continuar a dar ouvidos a uma pessoa que nem sequer devia ter direito de antena. Mas há um limite, santa paciência!
(...)
Pode ser considerado um anjo, um santo (a santidade é sempre discutível), mas não sou eu que o vou adorar. Fi-lo uma vez porque confiei em conceitos rudimentares de santidade, mas basta ser burra uma vez (eu fui várias ou durante muito tempo) para se perceber que não vale a pena. (=tempo perdido)

Janeiro de 2006

Desprezar uma pessoa a quem muito amei é sempre duro, terrivelmente difícil. Porquê as pessoas serem assim e não merecerem o meu afecto? Seria tudo mais fácil se as pessoas tivessem um bom coração, bons sentimentos e não apenas piedade. Assim como não gosto de ter este sentimento por alguém, muito menos suporto que sintam pena de mim e me queiram dar uma esmola de dúbia experiência.

Fevereiro 2006

Há acontecimentos e pessoas na vida que nos marcam de tal forma que sofremos as suas consequências ao longo da nossa existência. Quem não se sente marcado pela infância, por um desgosto de amor, pela traição de um amigo, pela morte de um ser querido, por um problema de saúde, pela humilhação de uma autoridade... Sim, estou só a falar dos negativos, mas os positivos também nos marcam e muito, são a nossa razão de viver e continuar a acreditar na felicidade, na repetição de momentos inesquecíveis.

Todos, mesmo todos, temos (ou tivemos) desgostos (não é de maneira nenhuma uma palavra forte). É impossível sofrer um desgosto em branco, sem que ele nos afecte. Nunca mais voltamos a ser os mesmos, por mais que queiramos o contrário. Ninguém tem culpa. É a lei da vida. Ninguém é perfeito. Mas não deixa de ser um preço muito alto: uma mudança que nos impele, normalmente, a olhar a vida de modo mais desconfiado. Porque as tristezas não acontecem só aos outros. Também crescemos. Sim, e se as pessoas nunca crescessem e fossem eternamente crianças? Um mundo de fantasia, de inocência, de autenticidade... Por que não?

Apesar de ter crescido ao longo da minha curta existência, sinto saudades de ser aquela criança ingénua, livre, para quem a vida era uma brincadeira, uma história de um conto-de-fadas, onde não havia pessoas menos boas.

Vida estúpida é acreditar nos disparates, nos atentados à inteligência e à bondade, e demorar imenso tempo a perceber que o desgosto ganha uma dimensão desmesurada se insistirmos em compreendê-lo, em modificá-lo, em não o aceitar como uma consequência das circunstâncias da vida. O caminho a seguir é sempre em frente, nunca para trás. Não ficar parada no tempo à espera que o impossível prove que não houve desgosto, que foi apenas imaginação minha. Os desgostos existem e por o serem não devem ser demasiado aprofundados.

Com isto espero encerrar mais um capítulo negativo da minha vida, até porque os positivos merecem ser festejados.

Maio 2006

2 comentários:

Esperança Martins disse...

Pois é amiga! Quem é que nunca sentiu vontade de fazer o tempo voltar atrás... e saltar e rir como quando era criança... Crescemos e connosco cresceram as responsabilidades, os problemas, a complexidade... mas não podemos parar e ficar a assistir... é a nossa hora! Lutemos por quem nos merece e deixemos pelo caminho os fracos que não nos souberam valorizar ou acompanhar!

Beijinhos,
Spes

Anónimo disse...

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