Acho que depois de dois anos de completa clausura em que desci tão baixo ao ponto de deixar de ser eu própria, de perder o controlo total da situação, de me ter tornado num farrapo.
10 Março de 2001
Um pesadelo, Maria! Um pesadelo humano. Uma ferida enorme personificada num só homem, com h minúsculo. Não pode ser! E pensar eu estar esquecida de toda esta dor passada. Um passado demasiado recente. Ter pena. De quem? De mim? Uma pobre criatura que vacila, trémula, insegura, de coração palpitante. Um vazio profundo. Um buraco enorme. Novamente bloqueada. Aterrorizada. Como se estivesse a ver um fantasma. Talvez o fantasma dos meus medos, de todo o sofrimento que me vitimou. Personificado num ser, numa só pessoa. Talvez um ser sem maldade. Sem intenção de magoar. Mas magoou. E muito. Não me perguntes porquê. O passado é para esquecer. Pôr uma pedra em cima. Encerrar o assunto. Para sempre. Ou para impedir que o coração partido continue a sangrar. Porque o coração continua partido, despedaçado. Agora vazio, cada vez mais só. Aterroriza esta indiferença. Do coração despedaçado. Seco. A apodrecer. Um pesadelo de homem. Um fantasma. Estou aterrorizada. Deixa-me fugir.
12 Março 2001
Sandra Bastos
domingo, maio 28, 2006
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2 comentários:
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