Maria era um promissora actriz durante o Estado Novo. Conheceu o Chico, apaixonou-se e tudo mudou. Por ele foi capaz de largar a sua carreira no teatro, começar uma nova vida como professora, esposa e dona-de-casa. O nascimento da filha, Lucinda, fará de Maria uma mulher realizada no direito de ser alguém. Todavia, vinte anos mais tarde, Lucinda morre num acidente de viação. Inconformada, Maria perde o sentido da sua existência. É nesta fase que se situa a acção: Maria, numa pequena aldeia da montanha, vive com o marido um casamento de aparências, marcado pelas distâncias ideológicas e pelas frustrações de ambos. Chico acredita na vida eterna, que a filha está num outro lugar, junto de Deus. Para Maria “não somos nada”, vivemos enganados na ilusão da vida. Resta-lhe apenas cumprir a promessa de acompanhar Chico até à morte e esperar o fim.
Depois da morte do marido, Maria vai para Lisboa, ficando a viver com os seus sobrinhos Zé, Teresa e Pedrinho. O convívio com uma família feliz não abalará o seu cepticismo. Velha e doente, despede-se da humanidade que nunca a compreendeu.
sábado, novembro 20, 2004
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