"Sempre a poesia, mesmo a mais alta, foi uma espécie de estratégia divina, para nos tomarmos pelos deuses que não somos. Pessoa só quis ser, mas de "todas as maneiras", um mero ser humano. Quer dizer, pura matéria de sonho. Sonhos que Pessoa raramente chamou poemas. Ele sabia que o que assim se chama não tem nome e, por isso mesmo, são "poesia", palavra sem mais tradução que a língua dos anjos que não é palavra nenhuma mas pura chama. À espera que alguém se queime e nunca mais seja o mesmo que era antes de meter a mão no fogo."
Eduardo Lourenço
Prefácio de Poemas de Fernando
Pessoa
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