Enquanto que na UM sou bombardeada pelos gritos da praxe, tropeço nas capas negras dos doutores do 3ºano (quem diria...), e claro, nos coitados dos caloiros metidos em cenas tristemente divertidas, penso no panorama nacional do ensino superior.
Segundo o Portal do Governo, o número de candidatos ao ensino superior público aumentou 4% em relação ao ano passado. Foram colocados na primeira fase 86%, ou seja, 34860 estudantes. Para a segunda fase estão ainda disponíveis 11687 vagas.
Paralelamente o ensino superior privado tem vindo a perder, desde 1996, 30 mil alunos, sendo cerca de 15 mil só nos últimos dois anos.
Apesar de aparentemente o acesso ao ensino superior estar mais facilitado, a sua sobrevivência passa por maiores dificuldades: "o anúncio é que haverá um corte de 6,2 por cento no orçamento de funcionamento em termos nominais. Este valor pode corresponder, em termos reais, a um corte de oito a dez por cento". (Público) As consequências vão ser sentidas por professores e alunos. Os despedimentos tendem a crescer no ensino superior público, "onde há uma grande percentagem de docentes com contratos a prazo". Quanto aos alunos, é provável que tenham de pagar propinas ainda mais altas para "colmatar o orçamento previsto para cada instituição".
Mas o que me chamou a atenção quando vi o movimento da praxe nem foi tanto a crise que ameaça as universidades e politécnicos, mas antes a crise do mercado de trabalho. Fico com a ideia de que andamos todos enganados. Entramos felizes para a universidade, fazemos o curso com todo o entusiasmo (não é o meu caso, infelizmente) e depois, quando saímos, percebemos que não há nada do que nos prometeram a vida inteira, não há a realização profissional, o emprego para o qual estudamos... uma ilusão alimentada pelo ambiente que nos rodeia que se desfaz logo na procura de trabalho.
segunda-feira, setembro 25, 2006
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