"Quando olhou, o quarto encontrava-se vazio. Ninguém lá estava. A luz brilhava tão intensamente que ela pôde ver as verdadeiras cores das paredes e do chão. Nunca antes vira as paredes. A cama estava vazia. Ela sempre o soubera, mas só agora tomou consciência desse facto. Olhou para o lençol e o cobertor amarrotados do lado onde ela própria dormia, o único que estava a ser usado. Entrou no quarto e dirigiu-se à janela. Abriu-a. Abriu a janela de par em par. Não sabia porque fizera isto. Até que entendeu. Queria sentir o cheiro forte do mar a bater-lhe no rosto e o fluxo do tempo a percorrer-lhe o corpo, para ficar a saber quem era."Don DeLillo, em "O Corpo Enquanto Arte"
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