"Amar é um verbo. Demonstramos o nosso amor através de acções. E uma pessoa só se sente amada quando a outra lhe manifesta o seu amor com beijos, abraços, carícias e demonstrações de generosidade. Uma pessoa que ama procurará sempre o bem-estar físico e emocional da pessoa amada.
Ninguém acreditaria que uma mãe ama o seu filho se não o alimenta, se não trata dele, se não o cobre quando está frio, se não lhe oferece os meios para poder desenvolver-se e tornar-se independente.
Ninguém acreditaria que um homem ama a sua mulher se em vez de lhe proporcionar o dinheiro para as despesas o gasta em bebedeiras e em putas. Um homem pensar primeiro em satisfazer as necessidades da sua família e não as suas é um acto de amor. (...)
Assim, vemos que o verbo amar se pode conjugar de duas maneiras. Ou com beijos e carícias ou proporcionando bens materiais. Dar alimento, prover os estudos, vestir e dar um tecto, também se traduz num acto de amor. Dizemos a uma pessoa que gostamos dela quando a beijamos ou quando lhe compramos os sapatos de que precisa tanto. E, nesse sentido, os sapatos cumprem a mesma função do beijo. São uma demonstração de amor. Mas isso não significa que possam converter-se num substituto. Sem amor pelo meio, os bens materiais são uma forma de coacção, de corrupção, de que se valem algumas pessoas para, em troca, obterem os favores do outros.
E se é bem verdade que não só de pão vive o homem, também não pode sobreviver só de amor. Talvez por isso seja tão triste um apaixonado pobre".
Laura Esquivel , em "Tão veloz como o desejo", cap. IV
terça-feira, fevereiro 15, 2005
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