domingo, dezembro 03, 2006

Um vulto negro...

O sonho desfaz-se no primeiro contacto com a realidade. A ilusão que tapa os olhos cai num ápice e parece que ficamos a ver enevoado.

Um vulto negro que se move na escuridão de uma tarde quente de Inverno. Continuo a caminhar. Paro. Porquê? Vi mesmo alguma coisa de interessante? Eis a questão e a minha contínua mania de me vingar nas palavras.

Salva-me o toque do telemóvel. Quebra-Nozes. Valsa das Flores. Para onde vou afinal? Sigo o som da música ou o ritmo das minhas palavras? O discurso flúi naturalmente. Hesito sem parar de me movimentar. Os passos vão sempre para a frente. Posso parar mas jamais voltar atrás.

Chega o momento de reconhecer que nada aconteceu que valesse um grande esforço, um coração despedaçado. Quando na escuridão os nossos olhares cruzam-se à distância e afinal…

Sandra Bastos

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