sexta-feira, agosto 04, 2006

Isto é mesmo divagar...

Bem, a ausência de textos meus, alguns que até parecem muito pessoais (se forem realmente sinceros), prende-se com o facto de estar concentrada no meu novo livro. Mas numa vaga poderá surgir alguma coisa... quem sabe! Depende do tempo, sempre tão incerto e escasso. Tantos planos e na prática o cansaço apodera-se de mim, aniquilando os restos de energia.

Amanhã tenho de me pôr a pé mais cedo, sabe-se lá porquê. Os sonhos e as ilusões comandam a vida. Até que se desfaçam em desilusões, até cairmos na realidade, até aterrarmos.

Amigas, nada está perdido. Acreditem que a solução está em nós mesmas. A força de que precisamos, a vontade em continuar a lutar mesmo que seja por sonhos absurdos... isso está cá dentro e ninguém nos pode tirar. E depois há a maravilhosa paisagem da natureza também humana. Um gelado delicioso, uma boas gargalhadas e tudo parece ficar bem. E fica, sem esses momentos únicos de diversão e lazer que seria da nossa vida? Uma miséria.

Sabem a liberdade é uma coisa tão... fundamental. Que prazer supera usarmos os nossos próprios neurónios? Não depender de ninguém para falar ou dar a resposta certa. Imagina se vivessemos numa ditadura. Mais frequente, numa relação ditatorial. Oh, não podias dizer nada sem que passasse primeiro na censura. Não te rias, conheço tantos exemplos. Sei bem do que estou a falar. Talvez infelizmente.

Sim, amigas, eu sei dessa treta toda e só não vos apresento estatísticas porque não vos quero desanimar. Vós não mereceis sofrer. Tendes o direito, a obrigação de lutar pelos vossos sonhos. Queria sonhar como vós, mas não consigo. A realidade aniquila esses sonhos. Resta-me um... ser feliz!

E se a liberdade me traz tanta felicidade, que valor seria superior à minha querida liberdade?
Não, desculpem mas não acredito. Neste caso sou como Tomé, só vendo... ou vivendo.

Isto tudo a propósito da minha concentração no meu livro e na falta de textos originais neste blogue... oh como não resisto a uma divagação...

E tu, devias pensar também em conquistar os outros... em geral, claro. Porque isso de estares habituado a que todos te façam a corte não te prepara para as adversidades. Um dia as coisas podem ser diferentes. Mas, sabes, tens toda a razão, há que ser rei enquanto houver monarquia, depois se vier a república tu lá arranjarás uma solução para sobreviveres. Desculpa, sou mesmo republicana por isso recuso-me a fazer-te uma vénia. E com tantos súbditos a ajoelharem-se perante ti, certamente nem te vais aperceber que preparo um golpe de estado para te tirar essas mordomias. Em último caso, se não assistir à revolução peço o exílio antes de fazeres de mim uma presa política. Ok, és um bom rei. Vaidoso mas inteligente. Devo exagerar. E a monarquia, bem lá no fundo do fundo, deve ter algo de positivo. Quem sabe se não és um novo D. Sebastião que vai surgir no nevoeiro para salvar a pátria?

Nessa nem vendo acreditaria... Há coisas que nem mesmo se as apalparmos nos parecem reais. É hora... de dormir. E também despertar para as injustiças. Oh, se este mundo fosse mesmo bom... se tipos como tu nunca chegassem a reis... se as pessoas estúpidas pensassem... e se os neurónios estivessem no coração...

Sandra Bastos

1 comentário:

Esperança Martins disse...

Força amiga!
Aguardo com entusiasmo o teu novo livro.
Eu cá continuo rei em tempos de república..
E tenho a pena de repouso... ainda não chegou a minha hora de escrever. Falta-me a harmonia entre a razão e a emoção... sem ela nem vale a pena continuar a tentar... saberá sempre a pouco...

Beijinhos grandes,
Esperança